quarta-feira, 15 de abril de 2009

Projeto Rock Start

A lista de bandas de qualidade do cenário independente de Porto Alegre é longa. A maioria delas tem perfis no myspace, tramavirtual e last.fm, além de comunidades no orkut, sites oficiais e blogs de divulgação. Até aí, o caminho natural seguido por artistas independentes ao redor do mundo, que têm a seu favor a facilidade de gravar músicas com boa qualidade do computador de casa e de se valer da internet como vitrine.

Enquanto gravar e mostrar as músicas se torna tarefa simples, tocar ao vivo, porém, é cada vez mais difícil. Apesar do surgimento de festivais e de novas casas de shows, o espaço ainda é reduzido para o grande número de bandas que surgem na cidade. Projetos como o Rock Start aparecem como um alento para os "sem-palco".

Idealizado pela produtora Drika Oliveira, o evento nasceu com o objetivo de projetar o trabalho das bandas independentes gaúchas por meio de um evento fixo semanal. Os shows do projeto acontecem desde outubro de 2008 e o lançamento da edição de 2009 acontece amanhã, com a apresentação das bandas Suco Elétrico e Andina (que já rodaram no Estúdio B), a partir das 21h, no palco do Revolution Pub (Av. Plínio Brasil Milano, 75), com ingressos a R$ 10.

Em entrevista ao blog do Programa Estúdio B, Drika falou da concepção do Rock Start, de como é feita a seleção das bandas e do cenário de rock independente da cidade.

Como surgiu a idéia de criar o Rock Start?

O Rock Start surgiu em setembro de 2008. Sempre acreditei no talento das bandas de rock aqui do Rio Grande do Sul e, por isso, ajudei muitas delas com divulgação de internet e algumas coisas mais. Quando comecei a me envolver com bandas independentes, percebi o quanto era difícil para elas conseguir lugares para tocar, e assim surgiu a idéia do projeto. Temos aqui no estado bandas realmente muito boas e que só precisam de uma oportunidade para mostrar o seu trabalho.


Quantas edições estão confirmadas para 2009?

Passamos por várias etapas até conseguir chegar aqui - outros bares, outros dias da semana - e tudo foi um grande aprendizado para ir aperfeiçoando o Rock Start e chegarmos no formato atual. Estamos com a agenda de abril e maio fechada e temos uma lista enorme de bandas cadastradas. Nosso propósito é que essas bandas possam estar com a gente tocando no Revolution Pub ao longo desse ano. Ainda tem muita coisa para acontecer e muitas idéias para colocar em prática dentro do Rock Start, mas queremos esperar pelo momento certo.


Como é feita a seleção das bandas?

As bandas enviam o material (músicas, fotos, links de seus sites etc.) e nós ouvimos uma por uma. O critério de avaliação é baseado no potencial de cada banda e, claro, na qualidade do que recebemos. Músicas boas, myspace e fotolog caprichados, postura de palco, uma relação legal com os fãs e vontade de fazer sucesso são o "passaporte" para a banda ser convidada a tocar no Rock Start.


São sempre duas bandas tocando juntas. A idéia é colocar artistas que tenham trabalhos que de alguma forma dialoguem um com o outro?

A idéia é colocar bandas que tenham estilos semelhantes para tocar no mesmo dia. Assim, o público de uma pode se identificar com o som da outra também. Mas já aconteceu de bandas com estilos diferentes tocarem no mesmo dia, gerando uma interação muito bacana também. Cuidamos sempre para variar bastante o tipo de som a cada semana, mas sempre no conceito de rock.


As bandas independentes têm hoje a facilidade de gravar material com boa qualidade do próprio computador e divulgá-lo de várias maneiras (myspace, blogs, last.fm, tramavirtual etc.) Na tua visão, o problema surge na hora de fazer shows? É com esse intuito que surge o Rock Start, o de colocar as bandas do cenário independente no palco?

Hoje em dia existem muitas bandas talentosas que ficam "escondidas" exatamente por não ter um lugar onde possam mostrar o seu trabalho ao vivo. Muitas pessoas não acreditam em bandas independentes, não dão oportunidade. Me parece que, para estas pessoas, é preferível fechar shows com bandas já consagradas apenas para faturar e, sem dúvida, essa não é a visão nem a proposta do Rock Start. Nosso projeto tem a intenção de abrir espaço para as novas bandas, dando oportunidade para que elas façam, quem sabe, o melhor show de suas vidas, sendo aplaudidas pelo público e continuando a acreditar no seu trabalho e nos seus ideais.

Queremos ser o "start" de uma nova fase para todas as bandas que tocarem conosco. Daí, inclusive, veio a proposta do nome do projeto, num trocadilho com a expressão "rockstar", que é exatamente como queremos que cada músico se sinta no palco durante seu show. Sempre vou incentivar as bandas para que continuem atrás do seu sonho. Não podemos deixar o rock morrer.


Há projetos de gravar trechos dos shows e de no futuro produzir algum material ao vivo das bandas que participam?

Na verdade, pensamos nisso sim e já fizemos testes em alguns shows. Idéias é o que mais temos e pretendemos colocá-las em prática conforme as coisas que planejamos forem acontecendo. Sem dúvida, quem acompanhar o Rock Start vai se surpreender!

Um comentário:

  1. Mais detalhes sobre o projeto, a agenda completa de shows e como cadastrar sua banda para tocar no Revolution Pub podem ser conferidos no site http://www.rockstart.com.br

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